quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Jornalistas acusados de chantagear rei do Marrocos negam ter proposto trato

 "Não fui eu quem decidiu, quem propôs um trato financeiro", disse à rádio RTL um dos autores do livro, Eric Laurent, que no sábado foi acusado no Marrocos.

Segundo Laurent, o acordo com a monarquia foi uma transação privada e defendeu seu direito de não publicar o livro. "Fui imprudente, mas não imaginava até que ponto queriam nos derrubar", disse.
Por sua vez, a jornalista Catherine Graciet, que também trabalha no livro e está acusada no Marrocos de chantagem e extorsão, afirmou que nunca quis chantagear ninguém e que caiu em uma armadilha.
"Nesta história, foi o Palácio (a monarquia) quem propôs (um trato), foi o Palácio que corrompeu", afirma Graciet em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal Le Parisien, prometendo que o livro, apocalíptico para a família real marroquina, terminará sendo publicado.
Laurent e Graciet são acusados de ter tentado extorquir o rei do Marrocos em troca de não publicar um livro que conteria revelações embaraçosas sobre a monarquia. Os autores se reuniram várias vezes com um representante do rei, um advogado marroquino, sob a vigilância da polícia, que estava ciente das reuniões.
Este caso mancha as relações entre o Marrocos e a França, que estavam melhorando após um ano de conflito provocado por uma investigação francesa sobre as supostas torturas realizadas pelo chefe de contraespionagem marroquino.
O presidente francês, François Hollande, planeja visitar o Marrocos em meados de setembro.

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