segunda-feira, 2 de junho de 2014

Militares dão golpe de Estado na Tailândia

 


O exército da Tailândia deu nesta quinta-feira um golpe de Estado, dois dias após declarar lei marcial sob o pretexto de solucionar a crise política no país após mais de oito meses de protestos antigovernamentais.
"Em nome da lei e a ordem, assumimos os poderes. Por favor, permaneçam calmos e continuem com seus afazeres diários", disse o chefe do Exército tailandês, Prayuth Chan-Ocha, em um anúncio transmitido pela televisão pouco antes das 17h locais (7h de Brasília).
Prayuth vai liderar o conselho militar que agora governa o país. O porta-voz do exército disse em um comunicado divulgado na TV, que a Constituição está suspensa, mas que o Senado e todos os tribunais continuariam com suas atividades normais.
"A Constituição de 2007 está suspensa, com exceção do capítulo sobre a monarquia, mas o Senado continua funcionando, enquanto o governo estiver suspenso", acrescentou.
O general Prayuth declarou que vai restaurar a ordem no país e pressionar por reformas no sistema político e disse que a tomada do governo não afetaria as relações internacionais.
O anúncio do golpe ocorreu após alguns líderes políticos do país - entre eles, o ministro da Justiça tailandês - terem sido levados pelo Exército enquanto participavam de uma reunião para discutir a crise no país.
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O toque de recolher, que entra em vigor na noite de hoje, será aplicado a partir das 22h locais (meio-dia de Brasília) até as 5h da madrugada (19h de Brasília).
Assembleias públicas foram proibidas e a censura aos meios de comunicação ampliada. De acordo com o porta-voz, está proibida toda reunião pública de mais de cinco pessoas. Além disso, as transmissões de emissoras internacioanais, como BBC e CNN foram suspensas.
Exército enviará tropas para tirar manifestantes das ruas
O Exército ordenou que os acampamentos de manifestantes fossem desfeitos, e soldados atiraram para o ar para dispersar ativistas pró-governo unidos nos arredores de Bangcoc, disse um porta-voz do grupo. 
"Nós vamos enviar tropas e veículos para ajudar os manifestantes a deixar todos os locais de protesto", disse à Reuters o general Teerachai Nakwanit, primeiro comandante regional do Exército.
 
Os manifestantes antigoverno exigem uma reforma do sistema político, que consideram corrupto, e propõem a criação de um conselho não eleito para que realize as mudanças antes de fazer novas eleições.
A Tailândia está imersa em uma grande luta pelo poder entre apoiadores do ex-premiê deposto Thaksin Shinawatra e seus oponentes, compostos por partidários da monarquia nacional. O conflito polarizou o país e afeta a economia nacional.
O Exército tailandês tem uma longa história de intervenção na política - já houve 18 golpes bem-sucedidos ou tentados desde que o país se tornou uma monarquia constitucional em 1932, e mais recentemente quando Thaksin foi deposto em 2006.

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