quarta-feira, 4 de junho de 2014

Há mais 92 mortes pelo vírus da MERS na Arábia Saudita após revisão de números

 

Depois da análise dos dados dos hospitais da Arábia Saudita, este país anunciou na terça-feira uma revisão do número de doentes e de mortes causados pelo vírus da Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS, na sigla em inglês), que apareceu em 2012. Em vez de 575 casos e 190 mortes, os novos dados para a Arábia Saudita mostram que afinal houve 688 casos e 282 mortes, mais 92 do que anteriormente anunciado.
A doença não tem nenhum tratamento antiviral específico nem nenhuma vacina. Quem contrai este coronavírus pode ter febre, tosse ou falta de ar. O vírus ataca o tracto respiratório e pode provocar pneumonia. Nos casos mais graves, a infecção origina a falência de órgãos e a morte.
Os novos dados agora anunciados pela Arábia Saudita, e noticiados pela agência Reuters, indicam que a mortalidade da doença se situa nos 41% e não nos 33%. No entanto, o Ministério da Saúde da Arábia Saudita diz que o número de novos casos nas últimas semanas tem diminuído.
“Apesar da revisão que foi feita ter resultado num número total mais alto de casos, que antes não estavam reportados, continuamos a ver um declínio do número de novos casos nas últimas semanas”, disse num comunicado Tariq Madani, que está à frente do conselho consultivo do Ministério da Saúde da Arábia Saudita, citado pela Reuters.
Além da Arábia Saudita, o país mais afectado, os Emirados Árabes Unidos, o Qatar, Omã, a Jordânia, o Kuwait, o Iémen e o Líbano são países com casos endémicos. Mas também há casos de pessoas que estiveram na região e contraíram o vírus, levando-o depois para o Reino Unido, França, Tunísia, Itália, Malásia, Turquia, Grécia, Egipto e a Holanda. Em Maio, o vírus chegou aos EUA.
Um comité da Organização Mundial da Saúde (OMS) reuniu-se em Maio pela quinta vez para avaliar a progressão da doença. Apesar de todos os riscos, a OMS não declarou a doença como uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII).
“O importante é que ainda se está a falar de um número relativamente pequeno em comparação com a população e com o número de casos que podem existir”, disse Glenn Thomas, porta-voz da OMS, em reacção à revisão do número da doença na Arábia Saudita.
De acordo com os estudos mais recentes, pensa-se que os dromedários são o reservatório natural do vírus, uma vez que já se encontrou o vírus nestes animais. Mas ainda não se identificou onde acontece a transmissão directa dos dromedários para os humanos. Nos últimos tempos, as transmissões entre humanos acontecem em 75% dos casos. Este tipo de transmissão necessita de grande proximidade e afecta, sobretudo, trabalhadores dos hospitais que estão em contacto próximo com os doentes. O vírus ainda não se adaptou aos humanos, de acordo com os estudos genéticos.

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