sábado, 22 de março de 2014

Air Canadá suspende operações na Venezuela



 

 A Air Canada anunciou nesta segunda-feira a suspensão de seus voos para Caracas por razões de "segurança" diante dos protestos que sacodem a Venezuela há mais de um mês, enquanto diversas companhias aéreas reduzem suas operações devido aos dólares bloqueados referentes à venda de passagens.
"Diante dos distúrbios civis que permanecem na Venezuela, a Air Canada já não pode garantir a segurança de suas operações e suspendeu os voos para Caracas até nova ordem", informa o site da companhia, sem atribuir a decisão aos dólares retidos pelo governo.
Na semana passada, o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Tony Tyler, denunciou que o governo venezuelano retém 3,7 bilhões de dólares provenientes da venda de passagens aéreas na Venezuela.
"O governo venezuelano impede que as companhias aéreas repatriem o total de 3,7 bilhões de dólares", violando os tratados internacionais, disse Tyler, que escreveu ao presidente Nicolás Maduro sobre a situação.
A lei venezuelana exige que as passagens aéreas sejam vendidas em bolívares, que o governo troca por dólares posteriormente. Mas as autoridades em Caracas não fazem esta conversão desde outubro passado, afirma a IATA.
Na sexta-feira, Maduro advertiu que "adotará medidas severas contra qualquer companhia aérea que abandonar o país". "A empresa aérea que partir não poderá voltar enquanto estivermos no governo. Terão que nos derrubar (...) porque isto faz parte desta guerra que promovem contra a Venezuela".
A Air Canada, que fez seu último voo entre Toronto e Caracas no domingo, explicou que "seguirá observando a situação e avaliando o retorno à normalidade".
Segundo a imprensa venezuelana, 26 companhias aéreas internacionais reduziram seus voos para a Venezuela, e em alguns casos a oferta caiu em quase 80%.
A empresa Tiara Air, de Aruba, reduziu sua oferta de assentos em 78%, e a colombiana Avianca adotou uma redução de 66%, afirma o jornal Últimas Notícias.
Air France, Lufthansa, Iberia, Air Europa, American Airlines, Copa e Lan Peru baixaram a frequência de seus voos, com queda na oferta de assentos de entre 15 e 35%.
Maduro tem classificado a onda de protestos como um "golpe de Estado" apoiado pelos Estados Unidos e por setores da Colômbia. Até o momento, as manifestações deixaram 29 mortos e quase 400 feridos. Além disso, foram abertas 41 investigações por violação dos direitos humanos por parte da polícia.

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