sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Palacete dos duques de Palma penhorado pelo tribunal

 


Vários imóveis dos duques de Palma foram embargados por ordem do tribunal, no valor de 6,1 milhões de euros, para cobrir a indemnização civil que o genro do rei de Espanha, Iñaki Urdangarin, e o seu ex-sócio, Diego Torres, têm de pagar no âmbito do caso de corrupção e desvio de dinheiros públicos em que estão envolvidos, de acordo com o El País.
Entre as propriedades que passaram para o tribunal está metade do palacete de Pedralbes, em Barcelona, avaliado em 10 milhões de euros e que está, de momento, à venda. Outras três vivendas mais pequenas em Palma de Maiorca e em Terrassa e ainda garagens e armazéns, num total de 16 imóveis, também foram abrangidos pela ordem judicial.
A Audiência de Palma de Maiorca, onde o caso está a correr, já tinha decidido penhorar os bens dos dois arguidos, quando estes falharam o pagamento da fiança de 8,2 milhões de euros que o tribunal tinha fixado em Janeiro.
O embargo das propriedades está relacionado com o caso de corrupção e branqueamento de capitais que envolve Urdangarin e a Fundação Nóos, que servia para a promoção das actividades desportivas e sem fins lucrativos. Urdangarin, casado com a filha mais nova do rei de Espanha, a infanta Cristina, já foi formalmente acusado.
De acordo com a acusação, Urdangarin e Torres, na altura presidente da Fundação Nóos, celebraram contratos com os governos das ilhas Baleares e da Comunidade Valenciana, ambos dirigidos pelo Partido Popular, em que cobravam por certos serviços pagamentos acima do valor real, através da falsificação de facturas.
Entre 2004 e 2006, a Fundação Nóos assinou acordos com as instituições públicas Ciudad de las Artes y las Ciencias, SA e com a Fundação Turismo de Valência, que somaram um total de três milhões de euros. A 15 e a 16 de Novembro, vão ser ouvidos em tribunal, a propósito destes contratos, a presidente da Câmara de Valência, Rita Barberá, e o ex-presidente da Comunidade Valenciana Francisco Camps, escreve o El País.
Os investigadores descobriram que parte do dinheiro gerado pela Fundação Nóos foi desviado para a Aizoon, ficando à disposição de Urdangarin e da infanta para gastos pessoais. Durante o mês de Novembro, o tribunal vai investigar até que ponto a filha do rei de Espanha esteve envolvida no esquema do marido, podendo vir a ser acusada igualmente de branqueamento de capitais.
O escândalo tem ferido a imagem da monarquia espanhola, apesar de o rei Juan Carlos se ter abstido de comentar publicamente. A primeira reacção da Casa Real foi afastar-se de imediato de Urdangarin, chegando mesmo a apagá-lo do site oficial. No entanto, com a constatação gradual da proximidade da infanta ao esquema de corrupção, será difícil à realeza espanhola sair incólume do caso

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