quarta-feira, 12 de junho de 2013

"God Save The Queen": uma das músicas mais polêmicas do Rock

 

Os anos 1970 evidenciaram um dos objetivos principais do Rock n' Roll: chocar a sociedade. E um dos movimentos musicais que mais levaram a sério e tiveram sucesso ao levantar essa bandeira foi o Punk Rock, que através do minimalismo musical e das letras polêmicas, ia contra a política e os rumos exagerados que o Rock estava tomando com gêneros progressivos.


A ascensão do estilo se deu na década em questão, mas o seu embrião já era ensaiado nos anos 1960 com bandas como Stooges e MC5. O gênero só foi realmente concebido em sua essência com o Ramones, The Clash e Buzzcocks, entre várias outras.

Mas um quarteto chamava a atenção. Os Sex Pistols, surgidos em 1975, estavam em um dos países mais conservadores do mundo: a Inglaterra. Foram, justamente, os responsáveis por popularizar o Punk do Reino Unido para todo o mundo.

A subida meteórica dos Sex Pistols também teve uma queda considerável: a banda só existiu até em 1978 e lançou apenas um disco em outubro de 1977, intitulado "Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols". Foi o bastante para construir um legado.

Uma das músicas de maior destaque desse disco teve o seu single lançado no dia 27 de maio de 1977. Nessa semana, completam-se 36 anos de "God Save The Queen", talvez a canção que tenha causado o maior rebuliço na história dos estilos populares e na contemporaneidade da indústria cultural.

A música de pouco mais de 3 minutos tem um instrumental simples e vocais nada rebuscados. Mas a mensagem vociferada por Johnny Rotten é enfática. O título, que em português significa "Deus salve a Rainha", é completamente irônico. Assim como a letra, que "endeusa" a Elizabeth II em alguns momentos. Em outros, chama seu regime de "fascista", diz que os britânicos se tornaram "retardados" graças ao governo e afirma que a Inglaterra "não tem futuro".

O single da canção foi lançado justamente durante o Jubileu de Prata, ou seja, as comemorações dos 25 anos da ascensão da Rainha Elizabeth II ao trono do Reino Unido, o que causou enorme repercussão. Nas paradas da revista NME, a música chegou ao primeiro lugar, mas nos charts oficiais, UK Singles Charts, atingiu apenas a segunda posição. A manipulação é tida como misteriosa ainda nos dias de hoje.

Além disso, a BBC e a Autoridade Independente de Radiodifusão do Reino Unido se recusaram a reproduzir a música. Para potencializar a polêmica, os membros do Sex Pistols tentaram tocar a música em frente ao palácio de Westminster, em um barco no rio Tâmisa. Mas onze pessoas foram presas quando o barco ancorou, inclusive integrantes do staff da banda, devido a uma briga envolvendo um cinegrafista e um participante da plateia.

A controversa canção funcionou - e ainda funciona - como forma de protesto à monarquia britânica. Mesmo que a Rainha Elizabeth II não tenha se manifestado oficialmente, a música impactou o governo e deu voz aos populares que estavam descontentes com o atual modelo de gestão do país. O Punk Rock se impôs como uma forma de contracultura a partir de então, mesmo com o fim dos Sex Pistols no ano seguinte. Que Deus salve a Rainha.

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