domingo, 12 de maio de 2013

Papa copta e Francisco rezam juntos


 

   Dois papas rezaram juntos na sexta-feira no Vaticano, um católico e outro ortodoxo, num sinal da melhora dos laços após a eleição dos novos líderes para as duas igrejas. O papa Francisco saudou o líder da igreja ortodoxa copta do Egito, papa Tawadros II, na primeira reunião desse tipo no Vaticano em 40 anos, dizendo que a visita do colega “fortalece os laços de amizade e fraternidade entre as duas igrejas”. As igrejas copta e católica se separaram no século 5º, por causa de diferenças teocráticas.

Os cristãos são cerca de 10% da população egípcia. A igreja copta ortodoxa do Egito conta com cerca de 10 milhões de fiéis, enquanto a igreja católica copta no Egito - cujos fiéis são leais ao papa Francisco, têm cerca de 165 mil seguidores.

As duas igrejas têm reclamado a respeito da crescente discriminação e dos ataques contra eles desde 2011, ano em que o presidente Hosni Mubarak foi derrubado e teve início o aumento de poder da Irmandade Muçulmana no Egito. Os dois papas rezaram juntos pela paz  na moderna capela Redemptoris Mater (Mãe do Redentor), localizada no interior do Palácio Apostólico.

A visita celebra os 40 anos da assinatura da declaração de melhoria de relações, de 1973, pelo papa Paulo VI e o antecessor de Tawadros, papa Shenouda III, que morreu no ano passado. O papa João Paulo II visitou Shenouda no Cairo em 2000.

Francisco citou o “sofrimento” dos cristãos, dizendo que seu sofrimento compartilhado pode ser uma fonte de força e união. “Do sofrimento compartilhado pode florescer o perdão, a reconciliação e a paz, com a ajuda de Deus”, disse ele.

Desde que assumiu o cargo no ano passado, Tawadros tem se aproximado da comunidade católica egípcia, participando da posse do novo patriarca católico e ajudando na formação de um conselho de igrejas cristãs no Egito. Francisco, por sua vez, tem se aproximado da igreja ortodoxa. O patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartholomew, participou da cerimônia de posse de Francisco, o que representa um importante gesto de unidade.

Tawadros já havia declarado que queria ir a Roma para parabenizar Francisco por sua eleição, convidá-lo para ir ao Egito e tentar construir a unidade entre as igrejas e a paz na região.

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