quarta-feira, 8 de maio de 2013

Máxima devolve o brilho à monarquia da Holanda

 

Com seu sorriso carismático, Máxima, de origem argentina, é um dos membros mais luminosos da Casa de Orange, mas precisou percorrer um árduo caminho até se tornar rainha consorte da Holanda.
Há onze anos, esta pequena e rica monarquia europeia a recebeu com preocupação devido ao passado de seu pai, Jorge Zorreguieta, funcionário de alto escalão da ditadura argentina (1976/1983).
O Parlamento holandês esteve a ponto de impedir seu casamento com Willem-Alexander, o novo rei da Holanda após a abdicação nesta terça-feira da rainha Beatrix. Finalmente se casaram em fevereiro de 2002, embora sem a presença dos pais da noiva, que também não compareceram à festa de entronização.
"Máxima tem um grande coração e uma grande capacidade para se conectar com as pessoas. Com essas qualidades será de grande apoio para Willem-Alexander, que junto a ela formará um bom casal para reinar", disse Beatrix em um discurso na segunda-feira, um dia antes de abdicar.
"Os holandeses não demoraram muito para se curvar aos seus encantos", disse
Fred de Graaf, presidente do Senado.
Máxima, que completa 42 anos no dia 17 de maio, se adaptou as suas obrigações reais em tempo recorde: aprendeu o holandês, a história e as leis do país, além de uma lista interminável de regras de protocolo e etiqueta.
Para satisfação dos holandeses e dos tabloides, em seus primeiros cinco anos de casamento teve três filhas, Amalia, Alexia e Ariana.
Aqueles que a conhecem desde sua infância contam que desde pequena foi "ambiciosa, segura de si mesma e vital".
"Quando era pequena, ela era divina e tinha uma simpatia que conquistava a todos. Com esta mesma simpatia conquistou os holandeses", conta  uma amiga de seus pais, que descreve Jorge Zorreguieta como um "dândi argentino com uma personalidade avassaladora herdada por Máxima".
A mudança de um apartamento do Barrio Norte portenho de 120 m2, onde viveu durante sua infância e adolescência, para um palácio de dimensões gigantescas em Haia parece não ter sido nada traumática.
Seus pais, da classe média alta, mas "não endinheirados", segundo a amiga da família, fizeram grandes esforços para enviá-la ao Colégio Northlands, um dos mais exclusivos de Buenos Aires, naquela época apenas para meninas das famílias mais tradicionais da Argentina.
"Era uma líder, sempre se destacava. Não era a melhor aluna, ou a mais bonita, ou a melhor em esportes. Ela se destacava por sua grande personalidade", disse   uma amiga do Colégio inglês.
Durante sua adolescência, enfrentou vários problemas com seu peso. "Engordava e emagrecia", conta a amiga de seus pais.
Mas chegar ao topo da aristocracia europeia não foi a única conquista de Máxima.
A argentina se formou economista na Universidade Católica Argentina (UCA) e em 1996 se mudou para Nova York, onde trabalhou no banco HSBC James Capel Inc., no Dresdner Kleinwort Benson e no Deutsche Bank.
E, graças ao seu seleto círculo de amigas do Colégio, conheceu em 1999 o príncipe Willem-Alexander, na Feira de Sevilha.
Mas não foi amor à primeira vista. "You are made of wood" (Você é feito de madeira), disse Máxima a ele ao vê-lo dançar e ele se apaixonou, conta o livro "Máxima, Uma História Real", de Gonzalo Álvarez Guerrero e Soledad Ferrari. Ela não demorou muito a corresponder aos sentimentos do príncipe.
A partir daquele momento teve início uma minuciosa preparação para se transformar na esposa do rei da Holanda e na mãe dos herdeiros da Casa de Orange.
Tudo sob a égide e com o aval de sua sogra. Desde o início, Máxima cativou a soberana. Parecia a candidata perfeita para se casar com seu primogênito, na época com fama de amante da cerveja e da vida noturna.
No entanto, o caminho não era isento de obstáculos. "Máxima tinha um problema e este problema era seu pai", disse De Graaf.
As autoridades holandesas ordenaram uma investigação ao especialista holandês em temas latino-americanos Michiel Baud, que concluiu que, embora Zorreguieta "não tenha estado envolvido pessoalmente na repressão", era quase impossível "que não estivesse ciente de nada".
O casal também precisou enfrentar críticas por seus milionários investimentos imobiliários em tempos de crise. Em 2009 compraram uma casa em Moçambique e a polêmica foi tão grande que decidiram vendê-la. Também compraram uma mansão na Grécia e uma propriedade na Patagônia argentina.
Willem-Alexander e Máxima enfrentam agora o desafio de demonstrar a importância da monarquia. E com sua personalidade avassaladora, a rainha consorte deverá ser cautelosa para não ofuscar seu marido, o primeiro de sua geração na Europa a se tornar monarca.
"Ela é a coisa mais positiva que aconteceu na monarquia da Holanda", considerou James Peñafiel, especialista espanhol em realeza.

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