segunda-feira, 8 de abril de 2013

PSOE quer "transparência radical" nas contas da família real


 

 

O Duque de Palma, apesar do processo judicial em que se encontra investigado, não hesita e continua a programar a sua vida. Jogador de andebol do Barcelona durante catorze anos, terá chegado a acordo com o seu antigo treinador, Valero Rivera, para integrar a equipa do novo selecionador de andebol do Qatar. Rivera está prestes a ser nomeado selecionador nacional de andebol do Qatar e é nessa perspetiva que fez o convite ao genro de D. Juan e que este aceitou.

Valero Rivero foi o único treinador de Urdangarin durante os 14 anos em que este jogou andebol em Barcelona. A sua amizade vem desse tempo e Rivero foi mesmo um dos seis membros da equipa do Barcelona que foi convidado para o casamento de Inaki com Cristina.

A decisão de Iñaki Urdangarin já terá sido comunicada ao Rei e a Infanta Cristina e os seus filhos acompanharão o marido e pai para o Qatar, mas apenas no final do ano quando os jovens acabarem o ano letivo, para não interromperem as aulas.
Tribunal anuncia que Urdangarin não tem a sua liberdade restringida
O Tribunal Superior de Justiça das Baleares que está a julgar o caso “noos” já fez saber entretanto, que o “Duque de Palma não está sujeito a nenhuma medida cautelar que restrinja a sua liberdade de movimento” acrescentando que, como qualquer arguido, apenas terá de notificar o Tribunal da mudança de domicílio.

Até ao momento, nenhuma das partes envolvidas no processo pediu a imposição de qualquer medida cautelar a qualquer um dos co-arguidos, que será analisada quando, e se, for pedida.

Tanto Iñaki Undangarin como o seu sócio Diego Torres estão apenas sujeito ao Termo de Identidade e Residência, que serve apenas para que o Tribunal saiba onde notificar os arguidos das diligências a encetar.
Credibilidade da Monarquia atingida por escândalos
Este escândalo, que com outros está a abalar a Espanha monárquica, lança uma enorme preocupação no seio dos principais partidos políticos espanhóis pelos seus efeitos nocivos na imagem institucional do país e pela redução do apoio à monarquia que as últimas sondagens revelam.

Ontem mesmo [domingo] se conheceu a decisão de colocar os gastos do Palácio, as viagens e os contratos do Rei ao conhecimento público com uma gestão semelhante ao do Congresso dos Deputados. Os socialistas reclamam mesmo que se vá mais longe na Lei da Transparência e se coloque mesmo no conhecimento público o património particular dos reis de Espanha.
Socialistas adeptos da "transparência radical"
Após reunião da Comissão Executiva permanente do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) a vice-secretária-geral dos socialistas Elena Valenciano, revelou que, pela primeira vez na história do partido, este irão apostar na “transparência radical” na vida pública porque, dizem, “os corruptos florescem na obscuridade”.

Os socialistas decidiram negociar com o partido no Poder a Lei da Transparência mas apertar as exigências do conteúdo da reforma. “Apenas deve ser excluído o que afeta a segurança nacional e das pessoas” diz Valenciano acrescentando que o resto “deve ser uma casa de cristal”.

Questão que tem conhecido grande polémica em Espanha é o envolvimento de vários membros da família real em escândalos investigados pela justiça espanhola.

Talvez por causa disso, a socialista foi questionada pela comunicação social se a Lei da Transparência deveria abranger também a família reinante em Espanha e se sim, em que medida a deveria atingir.

Elena Valenciano foi clara na resposta. “Sim. Somos partidários de que se conheça o património privado dos membros da família real”.
Família Real atingida por vários escândalos
A decisão dos socialistas espanhóis surge numa altura em que a Espanha, país de que se chegou a falar necessitar de resgate europeu dada a crise financeira em que se encontrava, vive uma ocasião em que várias figuras ligadas à família Bourbon aparecem ligadas a escândalos investigados pela justiça.

Há umas semanas, o semanário “El Mundo” publicava um artigo em que denunciava que o pai do Rei, D. João de Bourbom, deixou umas quantas contas bancárias na Suíça como herança que chegariam ao montante de Mil milhões de pesetas que o Rei terá herdado parcialmente.

A investigação jornalística deixava no ar a dúvida se esse dinheiro herdado pelo monarca espanhol teria sido alvo de impostos em Espanha, ou não, dúvida que até ao momento presente ainda foi esclarecida pelo Palácio da Zarzuela.

Mas o principal escândalo atinge o genro consorte Iñaki Undangarin constituído arguido no caso “Noos”. Urdangarin e o ex-sócio Diego Torres estão a ser investigados por suspeita de apropriação indevida de fundos públicos.

A esposa de Inaki, a Infanta Cristina, chegou a ser convocada pelo tribunal para ir prestar declarações por alegado envolvimento na receção de emails mas no dia seguinte ao da convocatória viu o tribunal anular a decisão e prescindir do depoimento.

O afastamento de Urdangarin e de Cristina de Madrid poderá ajudar a resolver ou pelo menos atenuar o problema causado à imagem do Rei e da Monarquiz o caso "noos". Recorde-se que, numa determinada fase do processo, Cristina chegou mesmo a ser aconselhada a divorciar-se de Urdangarin para preservar a imagem da família real. Apenas o facto de serem, aparentemente, um casal feliz e realizado impediu a infanta de aceitar o conselho. O afastamento físico pode agora funcionar como escape e permitir que o enfoque da comunicação social e da opinião pública mude para outros destinos.

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