sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Esqueleto encontrado em estacionamento é de fato do rei Ricardo III




Esqueleto foi encontrado em estacionamento no centro de Leicester
A solução de um dos grandes mistérios da história inglesa se encontrava em um estacionamento localizado no centro de Leicester: o esqueleto exumado no final de 2012 encontrado sob o asfalto do centro da cidade era de fato o de Ricardo III, figura sombria da monarquia, cujos restos mortais desapareceram há 500 anos.
A Universidade de Leicester, que conduziu a pesquisa, concluiu nesta segunda-feira que "para além de qualquer dúvida razoável, o corpo exumado em setembro de 2012 é o de Ricardo III, o último rei Plantageneta da Inglaterra."
O suspense foi mantido até o final e a novidade, anunciada com grande alarde em coletiva de imprensa, foi recebida por uma salva de palmas.
O thriller arqueológico se desenrolou em meio às atenções da comunidade científica e os tablóides, apaixonados pelo "rei do estacionamento".
Tudo começou em agosto quando, equipado com um mapa medieval, especialistas da universidade começaram a escavar o subsolo do estacionamento municipal do centro da cidade. No início de setembro, eles desenterraram o esqueleto bem preservado de um homem com indícios perturbadores: a coluna vertebral deformada (o rei sofria de escoliose) e lesões semelhantes aos golpes fatais sofridos no campo de batalha, especialmente a seta de uma flecha presa entre as vértebras. O corpo não estava em um caixão, mas envolto em uma mortalha simples.
Sabia-se até agora que o monarca, de sinistra reputação, havia morrido em 1485, com armas na mão na Batalha de Bosworth Field, perto de Leicester.
Seu corpo ensanguentado foi, então, exibido a cavalo entre o campo de batalha e a cidade e enterrado em uma cova sem identificação.
Mas seu corpo nunca foi encontrado. Alguns acreditavam que o cadáver estava enterrado em uma capela ou um mosteiro destruído, ou ainda que poderia ter sido jogado no rio.
Foi preciso esperar os testes de DNA e a colaboração de dois descendentes da família de Ricardo III, entre eles de um carpinteiro de Londres "chocado" por esta descoberta, para que este enigma de mais de cinco séculos fosse finalmente resolvido.
"Estes testes demonstram de maneira forte e convincente que são os restos de Ricardo III", explicaram os especialistas da universidade.
Tão importante quanto os exames foram as pistas encontradas no esqueleto, particularmente as lesões visíveis em seu rosto e em sua parte traseira, provavelmente causadas em seu corpo quando foi exibido publicamente.
Ricardo III reinou por apenas dois anos, mas ostentou uma imagem de usurpador e tirano. Continua sendo um dos monarcas mais famosos do trono da Inglaterra.
Ele deve esta fama principalmente ao dramaturgo William Shakespeare, que o imortalizou sob o disfarce de um tirano corcunda, que massacrou dois sobrinhos que o impediam de subir ao trono, ancorando história em sua reputação detestável.
Alguns historiadores esperam que a descoberta de seus restos mortais seja uma oportunidade para trazer um novo olhar para o seu reinado e crédito ao reformador visionário que eles acreditam ter sido Ricardo III.
Após o mistério, o local de descanso do último rei Plantageneta é que tem provocado debate.
A Universidade de Leicester indicou nesta segunda-feira que a catedral da cidade é apropriada. Anteriormente, outros propuseram a catedral de York ou a Abadia de Westminster em Londres, onde se encontram muitos soberanos.
O Palácio de Buckingham se recusou a fazer comentários sobre o caso, mas nos últimos meses especialistas da Coroa argumentaram que a reputação de Ricardo III não milita a favor de um enterro na capital.
 

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