segunda-feira, 7 de maio de 2012

O CRISTIANISMO SABE O VALOR DO BUDISMO

O líder religioso máximo dos budistas tibetanos recebe o título de Dalai Lama, que literalmente significa “Oceano de Sabedoria”. O atual Lama, Tenzin Gyatso, tem se tornado uma figura popular pelo apoio que recebeu de vários artistas de cinema e músicos populares em sua luta pela libertação do Tibet do domínio chinês.
Ele é considerado a 14ª encarnação de Buda e já buscou o diálogo com autoridades cristãs como o papa. Em entrevista recente, declarou: “Os cristãos estão muito perto do espírito budista. Como, por exemplo, na vida monástica, na atenção e no tempo que dedicam à meditação”.
Enfatizou ainda que “As principais tradições religiosas, embora difiram nas interpretações teológicas, têm em comum a prática do amor, da compaixão, da tolerância, do perdão”.
O Lama diz que desperta às 3 da manhã e dedica em média seis horas do dia à meditação. Regularmente dorme às 18h, após fazer alguma leitura e tomar uma refeição leve.
Convidados para participar do festival de artes de Ravenna neste verão, os monges tibetanos exilados devem apresentar músicas e danças e mandalas (figuras geométricas feitas com areia), suas formas de arte típica. Isso tudo colabora para a divulgação das crenças budistas entre os jovens ocidentais.
Questionado sobre o valor das tradições religiosas, o Dalai Lama declarou: “É muito importante recordar sua tradição milenar ao mundo de hoje. Muitas vezes, as pessoas consideram a religião algo antigo, superada pelos séculos. Talvez seja como uma roupa velha para certas tradições, mas a essência do ensino religioso é o amor, a compaixão, os valores humanos, que também são importantes para os não crentes”.
Durante três séculos e meio, o Tibet esteve sob o regime teocrático, governado pelo Dalai Lama. Gyatso governou seu povo durante mais de 50 anos, até a invasão da china. Acabou abrindo mão do governo temporal que exercia e hoje vive apenas para divulgar os ensinamentos budistas.
Mas não esquece as necessidades de seu povo: “Nossos irmãos e irmãs cristãos deram a maior contribuição à educação e à saúde em todo o mundo. Outras tradições religiosas, como a minha, estiveram menos ativas neste campo. Devemos nos aplicar mais”.
Desde 1959, o Dalai Lama não volta à sua terra natal. Teve que fugir, por causa das perseguições do governo comunista chinês, que preconiza o ateísmo. “Minha existência não tem sido fácil, mas mesmo nas dificuldades compreendi que os ensinamentos das tradições religiosas são de grande ajuda. Agora, com meus 76 anos, aprendi que é muito importante viver em paz, na confiança em si mesmo. É de grande ajuda para ter uma mente livre. E também para manter-se com boa saúde”.
Ele diz ter a solução para os conflitos que assolam o planeta: “A paz do mundo pode provir apenas da paz interior. Não da força, tampouco das armas, mas apenas da paz interior”.
Embora não entenda como o Ocidente, de maioria cristã viva em meio a conflitos, mas destaca que “Os verdadeiros cristãos entendem o espírito budista”.


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