sexta-feira, 4 de maio de 2012

GRILAGEM DE TERRAS NO REINO DO CAMBOJA

Os moradores se estabeleceram na terra, que era o local de um centro de treinamento da polícia, em 1992.
No início de 2003, um arranjo de “terra-compartilhada” foi proposto para Borei Keila, que permitiu a uma empresa privada desenvolver parte da área para fins comerciais, ao mesmo tempo proporcionando habitação alternativa para os moradores na terra restante. A idéia foi comemorada, porque ao invés de serem despejados, os moradores receberiam uma compensação por seu terreno na forma de apartamentos em prédios recém-construídos.
Em junho de 2003, o primeiro-ministro Hun Sen autorizou uma concessão social de terras para cerca de 4,6 hectares de Borei Keila (30% do total de 14,12 hectares de terra). A empresa gigante na área de construção Phanimex foi contratada pelo governo para a construção de 10 edifícios de apartamentos em 2 hectares de terra para os moradores, em troca de obter a propriedade de um adicional de 2,6 hectares para o desenvolvimento comercial.
Em maio de 2007, a administração de Phnom Penh havia destinado apenas 335 apartamentos para famílias, incluindo 14 famílias afetadas por HIV/AIDS (VIH/SIDA). Mais de 100 outras famílias, suas casas demolidas para espaço livre para novos prédios, ficaram vivendo sob lonas e em condições precárias.
Em junho de 2009, 20 famílias afetadas pelo HIV na comunidade foram forçados a deixar suas casas e foram transferidas para Tuol Sambo, aldeia de Khan Dangkor, cerca de 20 quilômetros fora da capital. Isto foi fortemente condenado por ambos os grupos locais e internacionais de direitos, já que o local de realojamento não era adequado para a habitação humana. Além disso, os portadores de HIV foram isolados em uma parte remota da área que os tornaram mais vulneráveis à discriminação e estigmatização social
Este caso foi amplamento documentado por um portal de direitos humanos, o Sithi [en].
Phan Imex, a empresa cujo contrato com o governo era construir dez prédios para moradores, conseguiu construir apenas oito edifícios, deixando cerca de 300 famílias de Borei Keila excluídos do acordo original. No mês passado, a empresa demoliu as casas desses moradores “excluídos” com a ajuda das forças armadas. A demolição e a dispersão se tornaram violentas.
Imediatamente após o incidente, uma declaração conjunta foi emitida por várias organizações da sociedade civil que condenou [en] com veemência a violenta destruição das casas

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