terça-feira, 1 de maio de 2012

A ENCRUZILHADA DA DO REINO DA ESPANHA

Foi submetido a uma cirurgia à anca, mas o acidente do rei Juan Carlos I numa caçada ao elefante, no dia 12 de abril, não para de gerar agitações. A sua estadia no Botsuana em plena crise económica abriu “um debate imprevisto mas provavelmente inevitável sobre os hábitos da monarquia espanhola”, constata El Periódico.
Este acontecimento é o resultado de um “annus horribilis” para a instituição real. Junta-se à suspeita de corrupção que paira sobre o genro do soberano, Iñaki Urdangarin, e ao recente acidente de tiro que envolveu o seu neto mais velho, Felipe Juan Froilán. Apesar do silêncio do Governo, os meios políticos e os meios de Comunicação Social multiplicam as críticas indiretas. O diário de Barcelona realça assim que
a inoportunidade desta viagem real é de tal modo evidente num momento em que o país atravessa dificuldades muito sérias, que mesmo os setores com fortes convicções monárquicas não podem dissimular a sua consternação.


El Periódico recorda o papel fundamental de Juan Carlos I na transição e no período democrático. Mas “apesar de a monarquia ter contribuído para a estabilidade institucional durante mais de três décadas, […] o afeto e respeito do povo diminuíram nestes últimos anos”.
O diário suscita o debate sobre a sucessão, na medida em que Juan Carlos tem 74 anos e acedeu ao trono com 37 anos, enquanto o príncipe Felipe tem hoje 44 anos:
Não é obviamente o melhor momento para a Espanha se envolver numa polémica que coloca em causa a monarquia […] Mas a monarquia deve renovar-se.

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