quarta-feira, 7 de setembro de 2011

PAPA BENTO XVI PEDE AOS SEMINARISTAS DEVEM SE PORTAR COMO SANTOS

Em seu terceiro dia de visita a Madri — marcada por protestos —, o papa Bento XVI disse hoje durante a celebração de uma missa na catedral La Almuneda, na presença de 5 mil seminaristas, que o celibato é imprescindível e que os homens só devem seguir o sacerdócio se estiverem convencidos de que podem viver com todas as regras da Igreja, citou o jornal "El País". Ao pedir vocações, o pontífice afirmou: "entre no seminário apenas se estiver firmemente persuadido de que Deus o chama".

O Papa disse que todos os seminaristas devem ser "santos" e pediu uma atitude de "docilidade, lucidez e radical fidelidade evangélica", assim como "amorosa relação com o tempo e as pessoas". "Cada tempo tem seus problemas", comentou o Papa, que está na Espanha para o Jornada Mundial da Juventude, celebrada até amanhã.

O Papa instou os jovens ao sacerdócio num momento em que a Igreja católica vive uma crise de vocações. A Igreja esteve envolvida em escândalos nos últimos anos após descobertas de que padres abusaram sexualmente de crianças em vários países, e que autoridades da Igreja encobriram tais casos de abuso.

Ainda durante a homilia na catedral, o Papa pediu aos jovens que não se deixem "intimidar por um entorno no qual se pretende excluir Deus". E criticou a sociedade em que "o poder, o ter e o prazer são os principais critérios pelos quais se rege a existência" e, mais uma veze, reforçou que "não devemos criar uma contradição entre o que somos e a realidade que queremos significar". Antes do fim da missa, Bento XVI anunciou que iria nomear São João de Ávila, padroeiro dos sacerdotes espanhóis, noticia recebida com aplausos. Seus restos estão na catedral.

A Jornada Mundial da Juventude incluiu uma feira de vocações no parque do Retiro, com representantes de dezenas de ordens. Logo cedo o Papa recebeu no local quatro jovens, escolhidos em sorteio, para confissão, num gesto inédito em seu pontificado. A única exigência é que eles falassem alemão, italiano ou francês, os idiomas que Bento XVI compreende com maior facilidade.