segunda-feira, 5 de setembro de 2011

MAOISTAS DO NEPAL SE DESMOBILIZAM

Chefes do desmobilizado Exército Popular de Libertação do Nepal (EPL) começaram a entregar as chaves de seus arsenais a uma representação de vários partidos como sinal de sua vontade de reinserir-se à sociedade.

Meios de imprensa locais precisaram hoje que os ex-guerrilheiros fizeram cessão de seis depósitos, mas retiveram um sétimo alegando que seu braço político, o Partido Comunista (Maoísta), ainda não deu ordens claras a este respeito.

A essa decisão seguem resistindo os representantes da chamada linha dura dentro da formação, que encabeçados por seu número dois, Mohan Baidya, consideram-na uma rendição.

No final de uma guerra de 10 anos (1996-2006) que culminou com a abolição da monarquia, os guerrilheiros optaram por aceder ao poder pela via eleitoral, mas sempre negaram entregar as armas que armazenam em sete acampamentos do país onde continuam acantonados.

Baidya e seguidores estimam que antes de entregar seus arsenais, os antigos membros do EPL deverão exigir o cumprimento da promessa de sua reinserção à sociedade.

Em consonância com o acordo de paz assinado com o governo nepalês em 2006, os quase 20 mil ex-guerrilheiros deviam ser integrados às forças armadas regulares, mas a alta oficialidade do Exército e várias organizações políticas têm obstaculizado esse propósito.

Em meados do mês passado, os ex-combatentes condicionaram a entrega de suas armas a uma vitória do candidato do Partido Comunista (Maoísta) à primeira magistratura do país, o que ocorreu no domingo quando o Parlamento elegeu como primeiro-ministro Baburam Bhattarai.

Uma das grandes tarefas que desse posto deverá cumprir o número três da organização é levar adiante o dilatado processo de paz na pequena nação do Himalaia, incluídas a desmovilização do EPL e a reincorporação de seus efetivos à sociedade, e a redação de uma nova Constituição.